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Catedral São Pedro de Alcântara

A Colônia de Petrópolis, apenas fundada, pertencia como curato à Freguesia de São José do Rio Preto, quando, pela Lei Provincial nº 389, de 20 de maio de 1846, foi elevada à categoria de Freguesia com invocação de São Pedro de Alcântara de Petrópolis, passando a fazer parte do Município de Estrela, criado pela mesma lei.

A sede da nova paróquia foi instalada em templo fronteiro ao Palácio Imperial, construído pelo Empreiteiro de Obras, Justino de Faria Peixoto, entre 1847 e 1848 e que funcionou por mais de 77 anos, assistindo aos católicos petropolitanos.

A “Matriz Velha” , como ficou conhecido o citado templo, foi palco de importantes acontecimentos ligados à nossa história religiosa, como a sagração de D. Antônio Macedo da Costa, décimo Bispo do Pará e uma das figuras mais notáveis do episcopado brasileiro e a celebração, a 15 de outubro de 1875, de um “Te Deum Laudamus”, pelo Bispo do Rio de Janeiro, D. Pedro Maria Lacerda, em homenagem ao príncipe do Grão Pará, nascido naquela manhã.

Entretanto, é conveniente assinalar que desde a inauguração desta primeira matriz, já se pensava na construção de uma outra, mais importante, no morro do Belvedere. Todavia, passaram-se os anos e a construção do novo templo caiu no esquecimento e não fosse o empenho da Princesa Isabel, o ambicioso projeto não teria sido retomado.

Insistindo junto ao seu augusto pai da necessidade de construir o novo templo, foi ela quem solicitou ao Conselheiro Bernardo Avelino Gavião Peixoto, Presidente da Província do Rio de Janeiro, providências neste sentido.

O Conselheiro Presidente encarregou o engenheiro Francisco Caminhoá de elaborar um projeto para a construção do templo. Pediu à Assembléia a aprovação de um crédito de cem contos de réis e nomeou uma Comissão para angariar donativos.

As obras tiveram início com a redução do terreno, a construção dos alicerces e o desvio do Rio Almeida. A partir daí, as obras arrastaram-se lentamente até 1892.

Em 1901, Monsenhor Teodoro da Silva Rocha prometeu o reinício das mesmas, contando com o auxílio da Princesa Isabel que, exilada na França, autorizou a venda dos terrenos vizinhos e aplicação do Engenheiro Heitor da Silva Costa.

Finalmente, em 29 de novembro de 1925, a Nova Matriz, embora inacabada, foi solenemente inaugurada, após 49 anos e alguns meses de esforços.

Em 1929, o incansável Pe. Francisco Gentil Costa iniciou uma campanha pela conclusão da fachada, das capelas Batismal e Imperial e mais quatro pavimentos da torre. Uma nova comissão de obras, composta pelo Pe. Gentil Oscar Weinschenck, Glasl Veiga e Guilherme Pedro Eppinghaus, planejou todas as etapas da obra, realizou importante pesquisa do solo e dinamizou os trabalhos, concluindo-os a 5 de dezembro de 1939, ocasião em que foi inaugurado o mausoléu dos imperadores.

Faltava, porém, o levantamento da torre e a colocação dos sinos, o que foi conseguido em 1969, graças a uma campanha promovida pelo Bispo Diocesano, D. Manuel Pedro da Cunha Cintra.

O Major Júlio Frederico Koeler, ao projetar Petrópolis, reservou um terreno para a construção de uma Igreja Católica e de um Templo protestante. No Plano Koeler, o terreno reservado para a construção da matriz ficava na confluência das atuais Av. Ipiranga, Av. Tiradentes, Rua da Imperatriz, Av. Koeler e Rua 13 de Maio, outrora Ruas Joinville, de D. Maria II, D. Afonso e dos Protestantes.

Pelo terra no passava um córrego de nome Almeida Torres que recebia as águas de um afluente de pouco volume, desaguando no rio Quitandinha, na esquina das atuais Av. Tiradentes e Koeler.

O projeto primitivo, do Engenheiro Francisco Caminhoá, tinha a fachada voltada para o palácio Imperial. Por sugestão da Princesa Isabel a nova frente da Matriz ficaria voltada para a Av. Koeler considerada, então, a “rua nobre” e que guarda até hoje, a beleza e a harmonia do seu conjunto arquitetônico.

Em 12 de março de 1876 é lançada a primeira pedra fundamental para a construção da Matriz-Catedral, cujas obras foram iniciadas sob a responsabilidade do engenheiro Francisco Caminhoá.

Em 1884, é lançada então a segunda pedra fundamental, já na posição definitiva.

Em 1901, sete anos após o início, houve interrupção das obras, provavelmente por falta de recursos, e o afastamento do Engenheiro Caminhoá.

A nova fase é reiniciada em 1914 pelo Eng. Heitor da Silva Costa. Convém ressaltar, a diferença de material usado a partir de 1918, do granito para a argamassa.

O piso posto provisoriamente permaneceu até a recente reforma terminada em 1992. Onde hoje está localizado o altar-mor, naquela época, funcionava a sacristia.

Em 1925, por falta de recursos, o Eng. Heitor da Silva Costa deixou a construção, sem finalizar e frente da Catedral.

Em 29 de dezembro de 1929 é iniciada a campanha pró-fachada e, dado reinício às obras para a conclusão da fachada, das Capelas Batismal e Imperial e mais quatro pavimentos da torre.

As 3 naves são inspiração de templos da Normandia, dos séculos XII – XIII, sem excessos na escultura.

Ao centro da entrada da Catedral, sob a torre (de 70 m) se desenha a rosácea gótica e se recorta o tímpano em coroamento da imensa porta. Ali e acima as únicas estátuas, figurando os quatro evangelistas. Abaixo, entre os feixes de colunas que se encontram em ogiva abre-se o vão de ingresso do templo. Na luneta a Cena do Calvário (imagem ao lado), escultura policroma, fundida em cimento (modelo de A. Bordignon – 1934).

A PORTA

A porta da Catedral veio de São Paulo, da Escola de Aprendizes e Artífices, composta de duas folhas de madeira com almofadas em zinco lavrado e pesando cada uma 2.400 Kg. com desenho de Glasl Veiga.

Apesar do peso, estas funcionam facilmente por girarem em mancais de bronze apoiados em rolimãs.

Acima, a Catedral sem a torre em foto de 1925, iluminada para as festas comemorativas da transferência.

A TORRE E SEUS SINOS

Para a colocação da Torre, foi feita uma análise estrutural do solo que atingiu 11 metros de profundidade. A torre da fachada principal eleva-se a uma altura de 70 metros. Foram reiniciadas as obras com a construção das escadas de acesso ao coro; os pisos dos terraços que cobrem as capelas laterais; a rosácea gótica que está sob a torre. Foi feito, também, por essa comissão, o apoio para a colocação das imagens dos Evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João de autoria de A. Bordignon.

O ÓRGÃO

O órgão, colocado no coro, possui 33 registros, 3 teclados manuais, 1 pedal e 2227 tubos, sendo os maiores de 7 metros e os menores de 29 cm, feitos por G. Berner, no Rio de Janeiro, em 1936. No coro se encontram também dois tocheiros de bronze

OS VITRAIS

Os vitrais com temas diversos, parte realizados por C. Champineulle (Paris – 1928-32) e parte por S. Sorgenicht (São Paulo), foram colocados na proporção em que eram entregues.

A CAPELA DO BATISTÉRIO

A Capela do Batistério com vitrais do mesmo estilo e fatura dos demais existentes na Capela oposta, do Mausoléu. A simples Pia Batismal é proveniente da antiga Igreja Matriz (datada de 1848). O tampo de bronze é moderno (Rio – datado de 1934).

O ALTAR – MOR

No Presbitério, com deambulatório, salientam-se: o altar-mor, em Pedra de Lioz, com aplicações de Verde antigo (Cia. Manito – S. Paulo – 1931). A montante a estátua do Padroeiro, S. Pedro de Alcântara. (Mármore de Carrara – 2,80m. 2,5 toneladas, obra de Jean Magrou, no modelo que há em São Francisco na Bahia).

A VIA – SACRA

Pelas Naves laterais encontram-se as Estações da Via Sacra, em gesso patinado. (Paris – 1928). Guarnições de G. Berner.

O MAUSOLÉU

O Escultor Leão Veloso labrou a elevação de apoio da lápide dos corpos jacentes do Imperador e da Imperatriz, que foi belíssimo trabalho de Jean Magrou, dando harmonia às duas lápides, levando-se em conta que a Imperatriz era menor, em altura, do que o Imperador. Os jazigos laterais, colocados em 1971, com as imagens da Princesa Isabel e do Conde D’Eu, de mármore de Carrara (H. Cozzo).

Ao mesmo tempo foi construído o altar-mor da Capela Imperial em estilo gótico, de mármore champo-pérola, com o símbolo das armas imperiais, com aplicações de ônix de S. Luis e bronze, A cruz de granito preto da Tijuca. (Realização de Bertozzi (São Paulo).

O vitral do fundo, possuindo versos do Imperador, foi uma doação da Baronesa de Muritiba. E no outro vitral, à direita de quem entra na Capela, vemos a imagem de Cristo, do Papa Leão XIII, de um escravo com as cadeias rompidas e a Princesa Isabel, D. Pedro II e D. Tereza Cristina.

A capela Imperial foi protegida por grades de bronze e colocadas telas marufladas do Prof. Carlos Oswald, reproduzindo a “Proclamação de D. Pedro II, Imperador” e a “Partida da Família Imperial do Rio de Janeiro para o Exílio, em 17/11/1889”, retratando os personagens que vivenciaram os fatos.

Contato

Telefone - 55 24 98855 6491
Email: ascom@diocesepetropolis.org.br
Endereço: R. Monsenhor Bacelar, 590 - Valparaíso, Petrópolis – RJ