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Coordenadora estadual fala sobre a Pastoral da Criança na Diocese e elege nova coordenação diocesana

Os representantes da coordenação estadual ao lado do Monsenhor José Maria, da nova coordenadora, Priscila, da ex-coordenadora, Maria Menina e o Diácomo Permanente, Alberto

Monsenhor José Maria Pereira, Vigário Geral da Diocese de Petrópolis, ratificou a eleição de Priscila Feliciano como coordenadora diocesana da Pastoral da Criança, no dia 19 de outubro, no auditório da Ordem Secular Franciscana, que fica ao lado da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Petrópolis.

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A Pastoral da Criança realizou, em 19 de outubro, sua assembleia diocesana eletiva, elegendo Priscila Feliciano como Coordenadora Diocesana, com a ratificação do nome pelo Vigário Geral, Monsenhor José Maria Pereira, que representou o Bispo Diocesano, Dom Joel Portella Amado, no ato. A assembleia contou com a participação da coordenadora estadual, Vera Lucia Ferreira Aguiar, e de outros membros da coordenação estadual, que compartilharam informações sobre os dados da Pastoral na Diocese.

O Assessor Eclesiástico para a Pastoral da Criança, o Diácono Permanente Alberto Antônio Pinto Rezende, acompanhou toda a Assembleia Eletiva, agradecendo o trabalho realizado por Maria Menina de Oliveira, que deixou a coordenação diocesana. Monsenhor José Maria parabenizou a nova coordenadora, Priscila, manifestando o apoio da Diocese e comentando que a Pastoral da Criança chegou à Diocese de Petrópolis através de seu trabalho conjunto com uma irmã canossiana. Ele também agradeceu o trabalho de Maria Menina de Oliveira.

Os coordenadores paroquias e de áreas da Pastoral da Criança na Diocese de Petrópolis

A Coordenadora Estadual da Pastoral da Criança falou sobre a importância do trabalho na Diocese, manifestando preocupação com o baixo número de crianças e gestantes acompanhadas após a pandemia e a tragédia em Petrópolis. Ela mencionou o aplicativo para transparência das informações, ressaltando que pessoas com dificuldade em usá-lo ainda podem utilizar as folhas de acompanhamento, afirmando que o objetivo é acolher todos os agentes, destacando que o aplicativo é importante para a prestação de contas, garantindo que a Pastoral continue recebendo recursos do Ministério da Saúde.

Leia entrevista na íntegra e assista o vídeo.

Rogerio Tosta – Qual a importância de se fazer uma assembleia eletiva para a Pastoral da Criança?
Dona Vera – A importância é, primeiro, de renovar uma coordenação, avaliando a coordenação anterior, e se a coordenação anterior for bem avaliada, posse ser renovado o mandato dela. No nosso caso aqui, nós vamos ter um novo coordenador, e com muita esperança de que se abra mais perspectivas para a Pastoral da Criança na Diocese de Petrópolis.

Rogerio Tosta – Qual avaliação a senhora faz do trabalho da Pastoral da Criança na Diocese de Petrópolis?
Dona Vera – Desde que eu entrei na coordenação estadual, eu tenho me preocupado bastante com o trabalho na Diocese de Petrópolis, porque o número de crianças acompanhadas caiu demais. Nós hoje temos pouquíssimas gestantes acompanhadas e pouquíssimas crianças. Sabemos que isso engloba muitos fatores, não só o trabalho da coordenação, mas temos a questão de uma saída de uma pandemia, de tragédias climáticas que vivemos. Então, isso tudo colaborou para que tivéssemos esse número muito grande de crianças não acompanhadas. Mas, precisamos agora de uma renovação, precisamos de estímulo, de dinâmica para a poder fazer esses acompanhamentos. Porque são muitas famílias que precisam hoje na Diocese de Petrópolis de informações e de acompanhamento.

A coordenadora estadual da Pastoral da Criança, Vera Lucia Ferreira Aguiar manifestou preocupação com a redução no número de crianças e gestantes assistidas

Rogerio Tosta – A Pastoral da Criança tem uma coordenação nacional, mas como é essa hierarquia?
Dona Vera – Existe um conselho diretor da Pastoral da Criança, que atua em Curitiba, depois vem a coordenação estadual com seus núcleos, pois, dependendo do número de dioceses que tem no Estado, a coordenação estadual não consegue trabalhar sozinha e, por isso, é dividida em núcleos. Depois vêm os coordenadores diocesanos, sendo que a Diocese é dividida em áreas e cada área tem o seu coordenador. Depois vem a coordenação paroquial. e por último as comunidades. Lembrando que as comunidades, apesar de estar no topo, elas são a base, são a parte mais importante da Pastoral da Criança, é onde o trabalho acontece.

Rogerio Tosta – Hoje a pastoral da criança tem um aplicativo, isso veio facilitar o trabalho de cadastro, de acompanhamento?
Dona Vera – Ele veio trazer transparência, principalmente ao trabalho da comunidade. Além dele trazer transparência, porque hoje em dia todos os dados de crianças que você coloca no aplicativo eles são comparados com os dados do Ministério da Saúde. Então se você chega num posto de saúde e você vai ver o número de um cartão de SUS, você sabe que a criança é acompanhada pela pastoral da criança e a pastoral da criança coloca lá o número do cartão do SUS até o GPS de onde a criança mora, para a gente ter certeza que aquela criança existe. Então essa foi uma das primeiras coisas, a transparência dos dados. Depois a facilidade de todas as informações estarem contidas nesse aplicativo. As informações sobre alimentação, sobre brinquedos e brincadeiras, sobre aleitamento materno, tudo o que um líder precisa ele encontra no aplicativo. E depois vem a questão financeira, que hoje a gente não tem que ficar com impressão de vários livros, de vários papéis, economizou muito um papel, economizou muito um correio, isso tudo também foi uma questão de economia. O aplicativo é desse jeito.

Rogerio Tosta – Essa parceria com o Ministério da Saúde, ela é só dados ou ela vai mais além?
Dona Vera – Ela vai além na questão das pesquisas também, na questão das campanhas, nas questões das informações e na questão dos recursos financeiros. A pastoral da criança tem um convênio financeiro com o Ministério da Saúde e é desse convênio que a gente recebe, não é muito recurso mas é algum recurso para que a gente possa fazer esse recurso chegar lá na base para poder preparar um lanche para as crianças, para poder ter uma locomoção dos líderes para poder fazer a missão.

Durante a Assembleia Eletiva, a coordenação estadual apresentou dados sobre o trabalho da Pastoral da Criança na Diocese

Rogerio Tosta – Então a prestação de contas pelo aplicativo é fundamental para que esse convênio se mantenha?
Dona Vera – Sim, tem que ser tudo muito transparente. Tudo que a gente faz, quando visitamos uma criança, colocamos os dados da visitação no aplicativo. Quando a visita termina, fazemos a sincronização dos dados e essa sincronização chega no Ministério da Saúde e na central da pastoral da criança. Por ali eles veem todo o trabalho que foi feito, o que a gente faz nas celebrações da vida, quantas crianças a gente acompanha, como é o acompanhamento tudo isso é enviado por dados para o Ministério da Saúde. A gente, além de tudo, ainda tem a questão do peso e da medida das crianças e como assim descobrimos se as crianças estão com desnutrição, se estão obesos.

Rogerio Tosta – Sabemos que a pastoral da criança trabalha com um número muito grande de voluntários que não fazem parte da era digital. Tem dificuldade de manusear aplicativo, celular, computador. Como é que a pastoral da criança cuida dessas pessoas?
Dona Vera – Temos um processo chamado de FABS, que é Folha de Acompanhamento. Era feito pelas folhas. Então, essas pessoas que até hoje ainda não conseguiram migrar para o aplicativo, continuamos acolhendo e continua permitindo que eles façam um acompanhamento através das FABS, porque queremos é acolher essas pessoas. A pastoral da criança não pode, agora, ignorar o trabalho que foi feito de pessoas que estão há mais de 20 anos, 30 anos, fazendo parte dessa pastoral. Então, continuamos acolhendo e permitindo que o trabalho seja feito dessa forma. Sem deixar de estimular para que seja feita essa migração. Mas todo mundo é bem-vindo na pastoral da criança.

Rogerio Tosta – Podemos dizer que a pastoral da criança atua nos dois fatores. Usa a tecnologia, mas acolhe as pessoas que têm dificuldade.
Dona Vera – Sim. A gente continua trabalhando, como eu te falei, para levar o aplicativo. Mas a gente continua aceitando e estimulando essas pessoas que ainda não conseguiram fazer o uso do aplicativo.

Rogerio Tosta – Queria que a senhora falasse sobre a campanha da Enel.
Dona Vera – A campanha da Enel é uma campanha que a pessoa se dispõe a ter um desconto na conta de luz de um valor que ela mesmo escolhe. São valores pequenos. E todo mês vai vir descontado na conta de luz dela. E a Nacional faz o repasse direto para a comunidade onde essa pessoa se dispôs a doar. Esse dinheiro vai ser usado no lanche das comunidades. E se amanhã a minha conta de luz está muito cara e eu não quero mais, eu não estou podendo mais, basta fazer uma ligação e pedir para ser retirada essa doação, que é retirada também na mesma hora. Existem umas fichas que os líderes da pastoral da criança vão ao encontro dessas pessoas e pedem essa doação. E aí, se a pessoa aceitar, ela preenche um cadastro e vai ser feita essa doação durante todo o mês na conta de luz.

Rogerio Tosta – Em função da parceria com o Ministério da Saúde, a participação da pastoral em conselhos municipais é importante? Conselho da Criança, Conselho da Saúde?
Dona Vera – Isso, com certeza. Até o Conselho Municipal de Saúde, sempre que o município permite, porque tem alguns municípios que não abrem para isso, mas quando o município permite, é muito importante que tenha um agente de pastoral ou um líder dentro do Conselho Municipal de Saúde para ter voz. Porque a gente tem campanha do antibiótico, a primeira dose do antibiótico ser dada ainda dentro da unidade de saúde. A gente tem campanha do ferro, do sulfato ferroso, que às vezes não tem nos postos de saúde, que a prefeitura não destina para que seja dado para as mães, para as gestantes e para as crianças. A gente tem várias campanhas dessas que é importante que a gente esteja junto da prefeitura para que sejam cumpridas dentro dos postos de saúde. E tem lugares que a gente chega e que essas coisas não são cumpridas.

As coordenadores paroquiais e de áreas estavam atentas as informações da coordenação estadual, mostrando interesse em ampliar o trabalho da Pastoral

Rogerio Tosta – A Pastoral da Criança no Brasil e em outros lugares foi fundamental e é importante na questão de salvar a vida das crianças. E ela ficou muito conhecida pelo uso do soro caseiro, pela multimistura. Hoje, a Pastoral ainda continua trabalhando nesse sentido?
Dona Vera – Somente o soro caseiro. Ele continua salvando vidas e a gente continua explicando para as pessoas que o soro caseiro é fundamental na questão de desidratação. A Pastoral da Criança não usa mais a multimistura. Além do descontrole da higiene em certos locais que fabricavam, também as mães estavam substituindo a alimentação saudável pela mistura. Então, com isso, ao invés de a gente ter crianças desnutridas, a gente começou a ter crianças obesas por conta da farinha. Então, hoje, a Pastoral da Criança foca na alimentação saudável. O nosso foco é todo esse. A gente passa informações sobre a melhor maneira de ter alimentos, sobre como ter alimentos baratos e saudáveis na mesa. Isso é o que a gente foca. O nosso foco agora é todo na alimentação saudável. Então, a gente não fabrica mais a multimistura.

Rogerio Tosta – Queria que a senhora falasse um pouquinho da sua história na Pastoral da Criança, quando a senhora entrou, o que motivou e o que é motivo a continuar esse trabalho?
Dona Vera – Eu sou uma professora aposentada. Então, eu sempre trabalhei com crianças. Então, quando eu aposentei, eu fiquei sem chão. Aí me convidaram para participar da Pastoral da Criança. E, no começo, eu achei que eu não ia conseguir, porque não é fácil você se envolver com as famílias sem absorver tudo o que essas famílias têm. Então, eu achei que eu não ia conseguir. Mas aí eu fui devagarinho, fui entrando e fui me apaixonando de verdade e fui ficando. E hoje, lá na comunidade onde eu moro, além de ser coordenadora estadual, eu sou líder. Eu acompanho 15 crianças e trabalho lá dentro de uma comunidade, onde a gente tem que entrar com a autorização das pessoas, é uma comunidade meio violenta, mas ainda tem uma facilidade muito grande, porque, quando eu fui professora da própria comunidade, eu consigo ter esse tipo de acesso. Então, as crianças são a paixão da vida da gente e, depois disso, eu fui convidada para ser coordenadora paroquial e depois fui convidada para ser coordenadora estadual. E estou aqui hoje aprendendo e ensinando. Eu continuo na mesma função de professora, só que ensinando de uma forma diferente, passando as informações da pastoral, motivando os líderes, motivando os coordenadores diocesanos e isso me dá muita alegria.

Texto e fotos: Ascom Diocese de Petrópolis

 

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