Hoje não há missa, só solene celebração da paixão do Senhor.
A liturgia a leitura da Palavra de Deus em Isaías 52, 13 a c.53,12: é a descrição profética de todo o sofrimento que o servo de Deus(o Salvador) viveria. É comovente ouvir os detalhes desde momento terrível da vida de Cristo.
Muitas vezes fico pensando: porque Jesus escolheu sofrer tanto? Precisaria de tudo isso para dizer que nos ama profundamente?
É que Jesus não queria que ninguém pudesse dizer que não tivesse feito tudo para nos “convencer” que nos ama de verdade. Foi demais…
Nossas qualidades são divinas, por isso são muito poderosas. E por isso, nos confundimos na hora das escolhas de achar que podemos tudo, que podemos escolher tudo o que quisermos sem olhar todas as suas consequências.
Os profetas tiveram um papel importante na preparação para a vinda de Jesus porque de um lado mostravam como Deus protegeria seu povo, livrando-o de maiores perigos e ao mesmo tempo, quando sofriam explicavam que isto era causado pela não-resposta das pessoas à bondade de Deus que os seguia e perto.
A História da Salvação é um espelho muito real de nossa vida humana onde o Senhor a acompanha sempre ajudando-nos em nossas dificuldades, dando-nos também certezas de todo o bem que realiza em nós. E ao mesmo tempo diante de nossas fraquezas usa sempre de misericórdia como lição de que nos ama e que nunca nos abandonará.
A carta aos Hebreus 4,14-16; 5, 7-9 focaliza a figura de Cristo: nosso sumo Sacerdote… com grande grito, lágrimas, preces a Deus, obediência, realiza nossa salvação.
Os caminhos de nossa vida nem sempre estão livres de desvios nem de obstáculos como pedras pela estrada.
As afirmações do autor sagrado desta carta tenta ao apresentar Jesus aos judeus (que ainda talvez não tivessem firme sua fé no cumprimento das profecias sobre o Cristo e realizadas em Jesus) como o mesmo Cristo realizou as promessas do Pai sobre seu povo escolhido e para toda a humanidade
A afirmação forte que é empregada é que Cristo não
usurpou, não ”roubou” esta dignidade, esta honra, este “posto” de Salvador conquistando de qualquer maneira este lugar privilegiado. Custou-lhe e muito conquistar este lugar.
Aliás já tinha este lugar, determinado pelo Pai, só que provou por seus sofrimentos seguindo a vontade do Pai, que era capaz de trazer após si todos os que acreditassem em seu nome para os levar ao Pai.
No evangelho, S. João, 18, 1-19,42, descreve os sofrimentos de Cristo desde o Jardim das Oliveiras, sua prisão, seu julgamento pelo tribunal judeu. As negações de Pedro. Levam Jesus a Pôncio Pilatos, governador romano. É flagelado, coroado de espinhos, condenado à morte. Depois de três horas de agonia, morre na cruz. É sepultado.
O celebrante convida o povo a rezar por muitas intenções.
Segue a veneração da cruz, que é apresentada e conduzida solenemente com estas palavras: Eis o lenho da Cruz, da qual pendeu a salvação do mundo.
A que todo povo responde: Vinde, adoremos.
Em seguida os fiéis rezarão o Pai nosso e poderão comungar.
Somos pois convidados por nossa religião a parar, silenciar, contemplar estes momentos do final da vida de Jesus. Ele aceitou todo este sofrimento por nós, pelo grande amor que nos tem.
Convida-nos a pedir perdão de nossos pecados e confiar com seu amor de segui-Lo mais de perto fielmente.
Façamos deste dia um dia muito especial. É o que deseja nossa religião. Precisamos silenciar-nos, voltar ara dentro de nós mesmos, imaginar tudo o que é apresentado neste dia sobre Jesus.
Olhemos com fé e ternura e arrependimento para este rosto divino enxugado por Verônica, este rosto sagrado em cujos olhos ensanguentados se espelha um sofrimento indizível, uma amor infinito, uma misericórdia que repete a cada um de nos com ternura: Fiz e faria tudo isso sempre por ti, meu filho, porque Eu, o Pai e o Espírito Santo te amamos muito, muito mesmo…