O Evangelho (Jo 1, 29-34) mostra o início da missão de Jesus. João Batista O apresenta: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Ele é o ungido do Senhor. Ele batizará no Espírito. Ele é o Filho de Deus.
Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado mundo, anuncia São João Batista; e este pecado do mundo engloba todo o gênero de pecado: o original, que em Adão afetou também os seus descendentes, e os pessoais, dos homens de todos os tempos. No Cordeiro de Deus está a nossa esperança de salvação.
E notável a insistência de Cristo na sua constante chamada aos pecadores: Pois o “Filho do homem veio salvar o que estava perdido” (Mt 18, 11). “Ele lavou os nossos pecados no seu sangue” (Ap 1, 5). A maior parte dos seus contemporâneos conhecia-O precisamente por essa atitude misericordiosa; os escribas e fariseus murmuravam e diziam: “Ele recebe os pecadores e come com eles” (Mt 11, 19). E surpreendem-se porque perdoa a mulher adúltera com umas palavras muito simples: “vai e não peques mais” (Jo 8, 11). E dá-nos a mesma lição na parábola do publicano e do fariseu: “Senhor, tem piedade de mim, que sou um pecador” (Lc 18, 13), e na parábola do filho pródigo… A relação dos seus ensinamentos e dos seus encontros misericordiosos seria interminável! Podemos nós perder a esperança de conseguir o perdão, quando é Cristo quem perdoa? Podemos nós perder a esperança de receber as graças necessárias para sermos santos, quando é Cristo que nos pode dá-las? Isto nos enche de paz e de alegria.
São Paulo (1Cor 1, 1-13) lembra a sua vocação a Apóstolo e a vocação de todos à santidade. Continua o Apóstolo: “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação…” (1Ts 4, 3). O próprio Jesus ordena: “Sede perfeitos, assim como o Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 48). Como prova concreta desses sentimentos do Senhor, contamos com a o sacramento do perdão (confissão), que nos concede as graças necessárias para lutarmos e vencermos os defeitos que talvez estejam arraigados no nosso caráter, e que são muitas vezes a causa do nosso desalento. No sacramento da confissão renovamos as forças e nos é dada a graça perdida pelo pecado. Peçamos ao Senhor: Senhor, ensinai-me a arrepender-me, indicai-me o caminho do amor! Movei-me com a vossa graça à contrição quando eu tropeçar! Que as minhas fraquezas me levem a amar-vos cada vez mais!
O caminho da santidade percorre-se mediante uma contínua purificação do fundo da alma, que é condição essencial para amarmos cada dia mais a Deus. Por isso o amor à confissão freqüente é um sintoma claro de delicadeza interior, de amor de Deus; e o desprezo ou indiferença por ela indicam falta de finura de alma e talvez tibieza, grosseria e insensibilidade para as moções que o Espírito Santo suscita no coração.
O sacramento da confissão rompe todos os liames com que o demônio tenta segurar-nos para que não apressemos o passo no seguimento de Cristo.
A confissão freqüente dos nossos pecados está muito relacionada com a santidade, pois nela o Senhor afina a nossa alma e nos ensina a ser humildes. A tibieza, pelo contrário, cresce onde aparecem o desleixo e o descaso, as negligências e os pecados veniais sem arrependimento sincero. Na confissão contrita, deixamos a alma clara e limpa. E, como somos fracos, só a confissão freqüente permitirá um estado permanente de limpeza e de amor.
Cristo, Cordeiro de Deus, veio limpar-nos dos nossos pecados, não só dos graves, mas também das impurezas e das faltas de amor da vida diária. Aproximemos do Sacramento da Penitência (Confissão) com amor!
Como discípulos e missionários sejamos como João Batista que apontou Jesus aos discípulos, como o Cordeiro de Deus. Todos nós devemos ser testemunhas do Evangelho, preparar o encontro dos homens com Cristo. Esta é a missão de todo cristão: preparar o caminho do Senhor e o encontro do homem com Deus, levantar o dedo e proclamar bem alto: “Eis Aquele que o teu coração está procurando, eis Aquele que veio para te amar e te salvar!