Assembleia Plano Pastoral de Conjunto – 2005
Síntese da Assembleia Diocesana – 13 a 15 de novembro de 2005
Decanato São Pio X, Teresópolis
Dom Filippo Santoro
Bispo Diocesano de Petrópolis
- Objetivo geral é ser uma Igreja acolhedora
- Objetivo específico; criar uma comunidade
- O nosso ser é o mais importante.
- Organograma - 2005
- Manual do Missionário - PPC-2005
- Oração pelo Plano Pastoral
Ser Igreja acolhedora e missionária, promovendo a comunhão em busca da santidade.
A Assembléia Diocesana do Plano Pastoral de Conjunto, realizada entre os dias 13 e 15 de novembro de 2005, foram dias de muitas graças, momentos extraordinários e históricos para nossa Diocese. Por isso, queria indicar para todos alguns pontos deste trabalho que considero de grande importância para os passos que serão dados a seguir.
Durante os três dias da assembléia, na nossa oração sempre rezamos: Queremos acolher e comunicar a presença de Cristo que transforma nossa vida.
Partindo desta afirmação, questionamos: Qual é o objetivo do trabalho realizado na assembléia? Ser uma igreja acolhedora e missionária.
Uma igreja acolhedora, que sabe acolher o dom que vem de Deus, que sabe acolher as pessoas, em particular aqueles que estão afastados, como foi lembrado pelos representantes das paróquias.
Uma pessoa vem à igreja e a sua permanência e retorno depende como é acolhida. Ela não vai lembrar o conteúdo que lhe foi passado na reunião do Batismo ou de qualquer outro encontro. Ela vai lembrar como foi acolhida, como foi lhe dada atenção.
A acolhida, como foi dito nos grupos de trabalho, não deve se resumir apenas às pessoas que ficam na recepção da igreja, trabalho importante, mas é a forma de ser do católico, que acolhe o dom de Deus e o comunica as pessoas.
Este é o primeiro ponto importante que saiu da nossa Assembléia: Ser uma igreja acolhedora. Acolher é também comunicar a presença de Cristo que transforma a nossa vida.
Não queremos criar especialistas em missão, mas é importante compreender que somos pessoas que comunicamos a mudança que acontece a na nossa vida. Por isso, o anúncio de Jesus não é palavra vazia, é um anúncio que muda a nossa vida, desta maneira ele se torna eficaz, pois não devemos apenas repetir palavras. O anúncio de Jesus não pode se resumir ao puro anúncio verbal, ele tem que comunicar o poder do Senhor que acontece através de encontros, quando as pessoas se encontram, trocam experiências, partilham seus momentos.
Esse que é o ponto que transforma a nossa vida, comunicamos o que, o que está na Bíblia, que é o anúncio de uma mudança de vida, transformação que ocorre, que acontece na nossa pessoa, por isso a Igreja tem que ser acolhedora e missionária.
Este seria o nosso objetivo geral: acolher e comunicar a presença de Cristo.
Mas, temos também nosso objetivo específico, que é criar uma comunidade, formada por pequenas comunidades. A Paróquia deve ser uma comunidade cheia de comunidades em movimento, interagindo com a realidade, sendo células vivas, comunidades vivas, existindo onde as pessoas vivem.
A Igreja deve ser encontrada nas ruas da nossa paróquia, na nossa universidade, nas escolas, nos hospitais, em todos os ambientes, pois é a presença da comunidade católica presente nas diversas comunidades.
O nosso objetivo geral é ser uma Igreja acolhedora e missionária e o nosso objetivo específico, é a criação de comunidades de comunidades.
Mas qual é a nossa metodologia para nosso trabalho? A resposta foi apresentada através dos grupos com a insistência dada a formação. Então a nossa metodologia é a formação, que acontecerá através de cursos.
Mas, não é através das aulas que as pessoas mudam, as pessoas mudam através dos encontros. O que muda não é uma lição, mas o encontro, “Vem Comigo” fala Jesus a Zaqueu, o encontro é o mais importante, pois neste encontro acontece à acolhida.
Um bom exemplo é a Assembléia Diocesana, experimentamos o quando é importante o encontro e por isso afirmo que neste encontro, encontramos a formação, que nos leva a ação. Mas, lembro que, se é encontro, já existe uma ação encarnada dentro de uma história.
Em nosso caso, falamos em ação missionária. Por isso não vamos esperar o final do ano que vem depois de uma longa formação para trabalhar. Esta ação missionária começa já neste ano. Claro que nos preparamos para esta ação, mas é uma ação missionária que nós realizamos.
Tudo que foi dito durante a assembléia foi importante, pois experimentamos dias de santidade, comunhão e missão. Uma Igreja presente na sua variedade, com sacerdotes, leigos, pessoas consagradas, com pessoas ligadas às várias atividades. Essa riqueza da nossa Igreja e que se manifestou através do encontro das pessoas na Assembléia, com a troca de experiência e uma atitude acolhedora, foi uma relação que nos surpreendeu, porque foi de uma riqueza extraordinária.
Dentre os muitos exemplos que podemos ressaltar, cito as conclusões do trabalho sobre o Conselho Pastoral Diocesano e Paroquial. Sem saber, os representantes das paróquias reescreveram o que está escrito no Código Direito Canônico, identificando as mesmas diretrizes.
Outro exemplo foi riqueza da segunda-feira, dia 14, com a presença dos jovens que participaram da Jornada Mundial da Juventude com o Papa Bento XVI e da Comunidade Jesus Menino, sinal da presença de tantas obras dentro da nossa diocese. Eles nos ensinam o significado de amar, doar a vida, sem palavras, somente pelo fato de existir.
Temos tudo pronto, o nosso organograma que nos aponta o caminho traçado até o final do próximo ano, começando pela Novena de Natal.
Sabemos pelo organograma como vamos viver este ano, mas não podemos esquecer dois momentos muito importantes: O Congresso Eucarístico Nacional, que acontece entre os dias 18 e 21 de maio de 2006, em Florianópolis e também o centenário de Dom Manoel Pedro da Cunha Cintra.
A nossa história não começa hoje, a nossa história tem uma continuidade no tempo. Nós estamos dentro da vida da Igreja e começamos um novo trabalho, mas dentro do caminho que os Santos Pastores traçaram para nós.
Toda a programação traçada e indicada na Assembléia, responde a pergunta o que vamos fazer? O que vamos fazer esta bem claro. Ser uma Igreja acolhedora, que se faz presente em todos os ambientes e que esta sempre em missão, na busca da santidade.
Mas, me permito dizer que, o mais importante destro deste processo é o que nós somos, o que nós somos é o ponto de partida. Por que o agir é fruto do nosso ser. Se você não é nada, do nada não sai nada.
O que nós somos, esse é que é o ponto central. O ser me acompanha sempre, mesmo quando eu não faço as atividades pastorais. Fazemos as atividades pastorais no fim de semana, e o resto da semana?
É durante a semana que temos a grande aventura da vida. Se as atividades pastorais que fazemos no fim de semana não me ajudam a viver o resta da semana estamos perdendo o nosso tempo. A função das atividades paroquiais é para nos ajudar vivermos melhor a vida cotidiana, não é para sermos especialistas em pastoral, mas devem me ajudar a viver a vida cotidiana, por isso são importantes, pois desta maneira compartilho meu tempo com a Igreja, com a paróquia e com a comunidade.
Se não for desta maneira, o melhor é entregar o trabalho pastoral ao padre, dizer que não pode realiza-lo, pois devo ser Igreja em todos os momentos, principalmente na vida cotidiana.
O importante é o que nós somos, ele nos acompanha, ele é a fonte da nossa alegria. Os três grandes pontos: somos chamados à santidade, você é chamado à santidade, somos um corpo só (unidade/comunhão) e chamados a ser anunciadores: santidade, comunhão e missão.
Estas coisas indicam o nosso ser. O nosso ser é o mais importante.
Chamados a santidade, centralizamos nossa atenção na Eucaristia, como sacrifício, como banquete, comunhão e adoração. Teremos o congresso Eucarístico Nacional em maio. A eucaristia é o que somos, o nosso ser que se alimenta pela presença do Senhor.
O que somos, segundo passo. Somos um corpo só, para facilitar a consciência da nossa unidade, é importante que as paróquias promovem a instalação e formação do Conselho Paroquial, que será um dos exemplos visíveis da unidade paroquial. O conselho é o instrumento, um meio, a unidade que se torna explicita através do trabalho deste conselho.
Sempre neste tema da comunhão, saiu uma indicação preciosa. Valorizar os talentos. Não é possível que na paróquia sejam as mesmas pessoas a realizar as mesmas tarefas sempre. Devemos valorizar os novos, que ninguém se considere dono da pastoral e habilitado a falar disso ou daquilo, que seja colaborador e valorizador do trabalho feito e das pessoas novas que existem na comunidade.
A comunidade deve ser feita dos vários carismas.
Somos um corpo santo.
Somos anunciadores, o anuncio é parte do nosso ser. Não é um acréscimo. Ao falar da missão, não estamos falando de alguma coisa a mais, que eu posso fazer se tenho tempo livre. Eu sou missionário quando estou trabalhando, na escola, ou melhor, quando estou em todos os ambientes. Ser missionário é algo essencial, não é um acréscimo.
O grande anúncio tem como objetivo prioritário atingir os católicos batizados e afastados. Temos que ser missionários, acolhedores e não juizes. Não podemos julgar uma pessoa que vem a Igreja, mas, devemos acolher, valorizar sua presença, mostrar que ela é importante para a comunidade.
A nossa missão se realiza no encontro com o outro, acolhendo-o e promovendo a comunhão, desta maneira atingimos a santidade.
Que o nosso trabalho missionário seja o anúncio de Jesus, o anúncio do abraço de Cristo, para nossa pessoa, para nossa vida e toda paróquia.
Que Deus os abençoe.
Dom Filippo Santoro
Bispo Diocesano de Petrópolis
Espírito de Deus dispõe os nossos corações e nossa mente para abraçarmos com alegria e ardor apostólico o Plano Pastoral de nossa Diocese, em união com toda Igreja Católica do Brasil.
Queremos ver Jesus, Caminho, Verdade e Vida, o Filho de Deus que se fez homem para nossa salvação.
Queremos acolher e comunicar a presença de Cristo que transforma a nossa vida;
que nos toca por meio da comunhão fraterna;
e nos envia em missão ao encontro de todos, anunciando a Sua Presença, fonte de justiça, de solidariedade e de paz.
Assim avançaremos para as águas mais profundas da santidade, da comunhão e da missão, sustentados pela força do Espírito e pela presença do Senhor na Eucaristia.
Que Maria Santíssima, Estrela da Evangelização, nos ajude e acompanhe em todos os momentos desta caminhada apostólica.