Querido e estimado Dom Gregório,
recebi a notícia do falecimento do Padre Francisco e venho manifestar ao senhor e a toda a comunidade da Diocese de Petrópolis os meus sentimentos pela perda de um sacerdote exemplar que viveu a sua vocação com plena dedicação a Deus, à Igreja e a todas as pessoas que encontrava no seu ministério com uma afeição particular aos pobres e aos doentes.
Durante os quase oito anos que passei como Bispo da Diocese de Petrópolis fiquei admirado diante desta figura exemplar de padre: como pároco, como confessor, como pregador de retiros, como padre espiritual e como ponto de referência no Seminário Diocesano.
Era incansável testemunha do amor de Deus. Sempre o tive no Conselho Presbiteral e nos outros organismos da Diocese como fonte da sabedoria do Evangelho.
Era meu conselheiro nas linhas pastorais da Diocese e nas causas mais difíceis que ele resolvia com equilíbrio e com audácia evangélica. Para ele contavam as pessoas não os encargos. Quero lembrar duas outras categorias que ele preferia e que atendia como pai iluminado: as famílias e os padres.
Na Pastoral Familiar ele tinha um coração ardente e misericordioso; e muitas vezes abundava no uso da Misericórdia segundo o Papa Francisco na encíclica Amoris Laetitia.
Com os padres, antes de ser conselheiro, era amigo; escutava e acolhia e levava todos a um amor mais intenso à própria vocação. Se inspirou totalmente nos ensinamentos do Concílio Vaticano II que havia assimilado e
que comunicava com clareza de mestre, mas sobretudo com coração de pai.
Havia assimilado muito também as encíclicas sociais dos Papas e a Doutrina Social da Igreja com uma visão do bem comum e do amor preferencial pelos pobres sem recorrer a nenhuma ideologia.
Era um padre sempre pronto a se doar a todos, chegando a descuidar de si mesmo. Um sacerdote, nascido na Itália, que havia, porém, doado seu coração ao Brasil e particularmente à Diocese de Petrópolis. Tive a graça de compartilhar com ele o ministério por quase oito anos.
O encontro com ele foi para mim uma das maiores graças durante o meu ministério em Petrópolis. Exemplo vivo de “bom pastor” que ama e doa sua vida pelas ovelhas. Seu coração era cheio de amor a Jesus, a Maria, a Igreja, a Santo Antônio e aos pobres.
Agora o próprio Senhor lhe repete: querido Padre Francisco entra na festa sem fim, entra na alegria do teu Senhor.
Dom Filippo Santoro
Arcebispo de Taranto