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O presépio e a pobreza – Dom Manoel Cintra

Publicamos hoje, uma mensagem do primeiro Bispo de Petrópolis, Dom Manoel Pedro da Cunha Cintra, intitulada “O presépio e a pobreza”, apresentada por ele para o Natal de 1978. É um ótimo momento para relembrar suas mensagens e torná-la conhecida das gerações que não conviveram com Dom Cintra.

O presépio e a pobreza

Dom Manoel Pedro da Cunha Cintra
Primeiro Bispo de Petrópolis

Podemos imaginar como era o presépio em que nasceu jesus.
Afinal, presépio não é uma estrebaria, ou um abrigo grosseiro e tosco em que se reúnem os animais? Onde, por certo, falta tudo: luz, calor, asseio, agasalho, conforto, exposto como está à intempérie?
Jesus nasceu num presépio; quase ao relento. Não apenas sem casa, mas sem berço. Diz o Evangelho que Nossa Senhora o colocou em um coxo de feno, ou manjedoura: “o envolveu em faixas e o deitou numa manjedoura, por não haver lugar na hospedaria” (Lc 2,7). Que mistério, Senhor Deus! Criança alguma jamais nasceu em tão extrema indigência!
O apóstolo São Paulo, refletindo no motivo oculto deste acontecimento, diz que o Redentor escolheu nascer na pobreza para que nós pudéssemos ser ricos. Deveras? Sim, ricos de sua pobreza: “a fim de vos enriquecer com sua pobreza” (Cor 8,9).
Densas de sentido estas palavras do apóstolo. Sugerem-nos que há na pobreza uma verdadeira riqueza; aquela que, desapegando o coração dos bens terrenos, liberta-o de todos os laços temporais e o faz aspirar pelos bens espirituais e eternos, e o torna repleto de uma riqueza perfeita e perene.
Essa riqueza é tamanha que faz felizes os verdadeiros pobres, os que têm o espírito da pobreza. “Felizes os pobres porque deles é o reino dos Céus” (Mt 5,3). Na expressão forte de São Paulo, os cristãos deveriam possuir não só um pouco desse espírito de pobreza, mas ser ricos, plenos dessa pobreza que é uma bem-aventurança. Foi para que a possuíssem copiosamente que Cristo Jesus se fez paupérrimo em seu nascimento.
As mesmas palavras de São Paulo nos fazem pensar outrossim nas riquezas espirituais da Redenção: na Igreja viva, na Graça, nos Sacramentos, na Oração, nos dons do Espírito Santo…; em todo o tesouro incomensurável que nos adveio maravilhosamente pela sua pobreza. “Sendo rico, se fez pobre por vós, a fim de vos enriquecer com sua pobreza” (2Cor 8,9)..
O Natal, ou nascimento de Deus entre os homens, é acontecimento que transcende todas as considerações humanas. Faz-nos pensar no Céu. E nos confirma na certeza de que Deus no-lo dará, pois, para isso, dele de despojou, desceu, fez-se desvalida e humílima criancinha. É Jesus no presépio.
Dezembro de 1978

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura ‘Ascom Diocese de Petrópolis’.
Texto e Fotos são de propriedade da Diocese de Petrópolis e dos autores em artigos assinados (Lei de Direitos Autorais). 

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