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Arqueóloga acompanha trabalho de escavação na obra de revitalização da Catedral de Petrópolis

O arquiteto Douglas Gonçalves, o engenheiro Robson Gaiofatto e a arqueóloga Margareth Di Palma. Fotos: Tosta Comunicação

Esta semana, teve início a escavação na parte externa da Catedral São Pedro de Alcântara para identificar o que está causando rachadura numa das paredes laterais. Este trabalho é uma das etapas do projeto de revitalização da Catedral de Petrópolis e Implantação da Galeria de Arte Auto Expositiva, aprovado pelo Ministério do Turismo, e conta com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Todo trabalho de escavação está sendo acompanhado pela equipe técnica sob a responsabilidade do engenheiro Robson Gaiofatto e do arquiteto Douglas Gonçalves. De acordo com o engenheiro, somente após todo o trabalho de escavação será possível definir qual o trabalho que será realizado para resolver o problema, que pode estar relacionado à movimentação de terra devido às chuvas, pois, no local, passava um rio que foi desviado para construção da Catedral.

Além da equipe técnica de engenharia, o trabalho de escavação está sendo acompanhado de perto por uma arqueóloga, Margareth Ferreira Di Palma Queiroz. A presença dela é importante, pois, como o local é histórico e na época da construção da igreja foi feita muita movimentação de terra, há uma preocupação com a existência de possíveis artefatos arqueológicos. Até o momento, segundo ela, não foi encontrado nada, confirmando apenas que o local foi aterrado para possibilitar a construção da Catedral.

A arqueóloga Margareth Di Palma acompanhando a escavação.

Sobre o seu trabalho no projeto de Revitalização da Catedral de Petrópolis, Margareth Di Palma disse que o acompanhamento é importante devido a possibilidade de existir vestígios arqueológicos no local. “A realização do monitoramento arqueológico se dará em toda a área da obra que possa aflorar qualquer tipo de informação acerca do processo histórico do bem a sofrer o processo de restauro, ou seja, todas as áreas que venham a ser impactadas no solo” explicou a arqueóloga.

Ela explicou que a pesquisa de Arqueologia Histórica é chamada para realizar pesquisas em bens culturais a serem restaurados ou as que se encontram inseridos em contextos de áreas de preservação, como a Catedral de Petrópolis. Ainda segundo Margareth Di Palma esta pesquisa busca “todo tipo de informação que possa contribuir para o melhor conhecimento do Bem cultural ou da área que está inserido, como ocupações anteriores à construção do imóvel, processos de mudanças arquitetônicas anteriores ao estado atual, etc”.

Sobre a sua presença no momento da escavação do terreno, Margareth Di Palma esclareceu que as áreas escavadas durante as obras são os locais “onde  podemos observar evidência ou não de material cultural, ou material arqueológico, sendo estes estruturas ou vestígios móveis, como fragmentos de cerâmica, de vidro, de louças, as ferramentas, o material lítico, etc, assim como a estratigrafia do terreno e a análise de possíveis ocupações anteriores, ou modificações sofridas no imóvel ao longo do tempo”.

Com relação a preocupação da obra parar devido à algum achado arqueológico. Margareth Di Palma deixou claro que isto somente ocorre e de forma temporária no caso de ocorrência de relevantes vestígios arqueológicos, como sepultamento, estrutura ou vestígios de ocupação anterior, por exemplo, devido a necessidade de maior pesquisa e técnica próprias para recuperação desse material e suas informações.

Na pesquisa sobre a história, a arqueologia como outras ciências, é fundamental. A arqueóloga Margareth Di Palma explica que a arqueologia é a ciência que estuda o passado humano a partir da análise dos vestígios materiais, os artefatos produzidos pelo homem. “Dentre estes vestígios poderemos destacar não apenas os objetos, mas também as formas de ocupação de seus territórios, as relações de comércio entre grupos, as formas de produção e de apropriação do meio no qual os indivíduos viveram ou ainda vivem, suas construções”.

De acordo com ela, todos os locais ou objetos que apresentem alguma evidência de atividade humana em sua manufatura passam a ser considerados objetos de estudo e de análise por parte da Arqueologia. “Podemos afirmar que os artefatos são de extrema importância para a disciplina, mas não apenas pela análise morfológica e tipológica desses objetos, mas porque a partir do entendimento de que estes são instrumentos capazes de nos conectar com outros tempos, de informar e de contribuir para a construção do nosso passado” afirmou a arqueóloga.

Ela concluiu, afirmando que a Arqueologia se mostra uma ciência eficaz no trabalho da recuperação de nossa história, mesmo na ausência de dados documentais e/ou bibliográficos, “fato que ocorre na maioria dos casos quando trabalhamos com objetos de maior antiguidade, visto que a análise é realizada através da utilização de fontes materiais ou arqueológicas, únicas fontes de informação das sociedades pré-coloniais, que não faziam uso da escrita”.

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura ‘Ascom Diocese de Petrópolis’.
Texto e Fotos são de propriedade da Diocese de Petrópolis e dos autores em artigos assinados (Lei de Direitos Autorais). 

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